sexta-feira, 24 de maio de 2024

Resumo - Educação e ambientes híbridos de aprendizagem um processo de inovação sustentada

 Resumo - Educação e ambientes híbridos de aprendizagem um processo de inovação sustentada


A revolução tecnológica e a globalização da comunicação transformaram radicalmente a sociedade, incluindo a educação. Este contexto impulsionou a criação de novos paradigmas e modelos educativos, especialmente em ambientes híbridos que combinam aprendizagem presencial e online. Os documentos analisados destacam a importância de entender e implementar esses modelos de forma eficaz para promover uma educação inovadora e sustentada.


Modelos de Aprendizagem Híbrida


1. Modelo de Rotação

O Modelo de Rotação é um dos mais versáteis e amplamente utilizados. Nele, os alunos alternam entre diferentes ambientes de aprendizagem, com pelo menos uma atividade online. Este modelo se subdivide em quatro variantes:
  • Rotação por Estações: Neste submodelo, os alunos circulam por diferentes estações de aprendizagem dentro de uma sala de aula. Cada estação tem uma tarefa específica, que pode ser realizada online ou presencialmente. Esta abordagem promove uma experiência educativa diversificada e colaborativa (Horn & Staker, 2012).


  • Laboratório Rotacional: Similar à rotação por estações, mas com a diferença de que os alunos alternam entre a sala de aula tradicional e um laboratório de informática. Este modelo utiliza a componente online para complementar e enriquecer a aprendizagem presencial (Horn & Staker, 2014).


  • Sala de Aula Invertida: Inverte a ordem tradicional de ensino. Os alunos estudam os conteúdos teóricos online em casa e usam o tempo de aula para atividades práticas e interativas. Este modelo promove a autonomia dos alunos e uma aprendizagem mais ativa (Moreira & Horta, 2020).


  • Rotação Individual: Cada aluno segue um roteiro personalizado de aprendizagem, não necessitando passar por todas as estações. Este modelo permite uma maior personalização e adaptação às necessidades individuais dos alunos (Horn & Staker, 2012).


2. Modelo Flex

O Modelo Flex caracteriza-se pelo desenvolvimento predominante de atividades online, com o apoio de professores que intervêm conforme necessário. Este modelo promove uma aprendizagem fluida e personalizada, permitindo que os alunos avancem no seu próprio ritmo e planeamento (Horn & Staker, 2014).



3. Modelo Self-Blend

Conhecido também como **Modelo A La Carte**, este é um exemplo claro de disrupção pura. Os alunos escolhem cursos online para complementar a sua aprendizagem presencial. Este modelo é ideal para alunos que buscam flexibilidade e personalização na sua educação (Moreira & Horta, 2020).



4. Modelo Virtual Enriquecido

Combina sessões presenciais e online, sendo a componente virtual a principal. Diferente da sala de aula invertida, onde os alunos interagem frequentemente presencialmente, neste modelo, os encontros presenciais são raros, mas obrigatórios (Horn & Staker, 2012).



Diferenciação entre Modelos

A principal diferença entre os modelos reside na forma como eles integram e equilibram as componentes presencial e online.
  • Modelos de Rotação: Promovem uma alternância estruturada entre diferentes ambientes de aprendizagem, podendo ser mais ou menos flexíveis e personalizados.
  • Modelo Flex: Enfatiza a flexibilidade e personalização, com um foco maior nas atividades online, complementadas por suporte presencial conforme necessário.
  • Modelo Self-Blend: Oferece a maior flexibilidade, permitindo aos alunos escolherem cursos online que complementam a aprendizagem presencial de acordo com suas necessidades e interesses.
  • Modelo Virtual Enriquecido: Integra de forma equilibrada componentes presenciais e online, com um foco maior na aprendizagem virtual, mas mantendo alguns elementos presenciais obrigatórios.

Implementação e Desafios

Implementar modelos de aprendizagem híbrida requer uma reengenharia dos processos de ensino e mudanças culturais significativas nas instituições educativas. É essencial que os professores sejam capacitados para integrar eficazmente a tecnologia nas suas práticas pedagógicas, e que haja um suporte institucional robusto para garantir a qualidade e a eficácia dessas novas abordagens (Moreira & Horta, 2020).

A planificação cuidadosa é crucial para o sucesso dos ambientes híbridos. Isso inclui a definição clara das estratégias de ensino, a seleção adequada dos recursos didáticos e a criação de um Guia Pedagógico que oriente os alunos através dos diferentes ambientes e atividades de aprendizagem (Moreira, Henriques & Barros, 2020).


Conclusão

Os modelos de aprendizagem híbrida oferecem uma resposta inovadora e flexível às necessidades da educação contemporânea. Ao combinar os benefícios da aprendizagem presencial e online, esses modelos promovem uma experiência educativa mais rica e personalizada. No entanto, sua implementação requer uma abordagem cuidadosa e bem planeada, com suporte contínuo para professores e alunos. A educação híbrida não é apenas uma tendência, mas uma necessidade em um mundo cada vez mais digital e interconectado, oferecendo "o melhor de dois mundos" e preparando os alunos para os desafios do século XXI.



Fonte:
  • Horn, M., & Staker, H. (2012). Classifying K−12 blended learning. Innosight Institute, Inc.
  • Horn, M., & Staker, H. (2014). Blended: Using disruptive innovation to improve schools. NJ: Wiley & Sons.
  • Moreira, J. A., & Horta, M. J. (2020). Educação e ambientes híbridos de aprendizagem: Um processo de inovação sustentada. Revista UFG, 20, e66027.
  • Moreira, J. A., Henriques, S., & Barros, D. (2020). Transitando de um ensino remoto emergencial para uma educação digital em rede, em tempos de pandemia. Dialogia, 34, 351-364.






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