sexta-feira, 15 de março de 2024

Educação em diferentes tempos e espaços Um novo contrato social para a educação. - Reflexão

Educação em diferentes tempos e espaços

Um novo contrato social para a educação. - Reflexão

O sétimo capítulo do relatório "Reimaginar os Nossos Futuros Juntos: Um Novo Contrato Social para a Educação", criado sob a orientação da UNESCO, mergulha profundamente nas correntes da educação contemporânea, desenhando um panorama de inovação e renovação para os ambientes educativos que se estendem por variados contextos e dimensões. Enfatiza-se, com urgência, a inclusão e a sustentabilidade, destacando a imperiosa necessidade de ampliar o acesso à educação e de moldar as práticas pedagógicas para atender às demandas de um planeta em constante transformação.

Num mundo global complexo, enfrentamos desafios sem precedentes, que vão desde severas crises ecológicas até acentuadas desigualdades sociais. Diante disso, a educação aparece como um campo fértil para reformulações audaciosas e significativas. O documento sugere que a educação deve evoluir além dos limites das práticas institucionais arraigadas, emergindo como um processo essencial e contínuo ao longo de toda a vida de uma pessoa. Tal visão subverte o modelo educacional tradicional, que frequentemente se confina às estruturas físicas das escolas e aos períodos de formação inicial.

Ao expandir a noção de educação para abranger a totalidade da vida humana, propõe-se uma abordagem mais integrada e holística do ensino, percebido como um ciclo ininterrupto de adaptação e crescimento, acessível a todos em qualquer etapa da vida. Esse paradigma não foca somente no desenvolvimento de habilidades profissionais, mas também na formação dos indivíduos para enfrentarem os desafios sociais e ecológicos atuais.

Adicionalmente, o relatório valoriza a multiplicidade dos espaços educativos. Além das instituições educativas tradicionais, outros ambientes sociais e culturais são reconhecidos como palcos valiosos de ensino. Esta visão abarca a importância de práticas culturais e comunitárias, fundamentais para uma educação verdadeiramente abrangente e sustentável.

Na luta contra a exclusão educativa, iniciativas locais como o Programa Formativo de Inserção de Jovens (PROFIJ) na Região Autónoma dos Açores ilustram a importância de adaptar as estratégias educativas ao contexto específico de cada região. Os cursos do PROFIJ, voltados para jovens que buscam completar sua educação básica ou secundária por meio de uma abordagem prática, não só facilitam a integração desses jovens no mercado de trabalho, mas também promovem a continuidade de seus estudos, reforçando a ideia de que a educação é um continuum adaptável e inclusivo.

A UNESCO, ao destacar a necessidade de um novo contrato social para a educação, convoca a uma mobilização geral de todos os setores da sociedade — desde governos e instituições até indivíduos — para revisitar e renovar seu compromisso com a educação. Este apelo transcende a mera expansão do acesso, instigando uma profunda reconsideração do papel da educação num mundo que enfrenta rápidas e profundas transformações.

Refletindo sobre essas propostas, torna-se imperativo avaliar como elas podem ser efetivadas em contextos específicos, como em Portugal, onde as preocupações com inclusão e sustentabilidade são igualmente urgentes. A sinergia entre políticas educativas globais e práticas locais se apresenta como um terreno fértil para explorar como essas ideias podem ser concretizadas em ações tangíveis que beneficiem tanto os indivíduos quanto a coletividade.

Dessa forma, o documento da UNESCO não apenas ilumina os desafios presentes, mas também incita um movimento rumo a futuros educacionais mais equitativos e sustentáveis, servindo como um lembrete de que a educação é um direito fundamental e um patrimônio comum que deve ser incessantemente defendido e reinventado para responder às exigências do nosso tempo.

fonte: Relatório da Educação da UNESCO (2022).

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